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Redução Temporárias das 'Retenciones' na Argentina Afetam Mercado

Medida alivia margens de produtores argentinos, mas ainda é insuficiente.

Fonte: website @noticiasagricolas
Fonte: website @noticiasagricolas

O governo de Javier Milei oficializou no dia 27 de janeiro de 2025, por meio do decreto 38/2025, a diminuição das 'retenciones' e a eliminação do tributo nas chamadas "economias regionais" até o meio deste ano. Apesar de aliviar as margens dos produtores, a medida ainda é considerada insuficiente. O que são as 'retenciones'?


As 'retenciones' são um imposto sobre as exportações agroindustriais, que incide diretamente sobre o valor dos produtos exportados. Este tributo é aplicado pelo governo argentino com o objetivo de arrecadar receitas e controlar os preços domésticos. As 'retenciones' mais altas podem reduzir a competitividade dos produtores no mercado internacional, impactando suas margens de lucro.


Alíquotas reduzidas

Produto

2024

2025

Soja

33%

26%

Farelo de soja

31%

24,5%

Óleo de soja

31%

24,5%

Milho

12%

9,5%

Trigo

12%

9,5%

Cevada

12%

9,5%

Sorgo

12%

9,5%

Girassol

7%

5,5%

Biodiesel

23%

23%

 O objetivo do governo argentino é garantir que os produtores se tornem mais competitivos, especialmente porque estão enfrentando adversidades climáticas que devem reduzir o potencial produtivo de suas safras, gerando ainda mais preocupações e fragilidade financeira. As medidas valem até o dia 30 de junho.


Impacto no Brasil


A comercialização brasileira do complexo soja pode sentir o impacto das mudanças nas retenções na Argentina, especialmente nos derivados. Para analistas, os produtores argentinos terão cinco meses para conseguir um prêmio na sua soja, por exemplo, considerando o preço FOB na Argentina.


Mercado


Com esta medida, estima-se um aumento na oferta de farelo de soja deve ser de, aproximadamente, 2 milhões de tons; produtores arrendados ainda terão margens negativas.


Já os impactos nas cotações da Bolsa de Chicago foram imediatos, com quedas de 11 pontos na soja, 4,25 pontos no milho, 8 pontos no trigo e 3,8 pontos no farelo de soja, no vencimento março.


Margens dos produtores argentinos


Mesmo com as retenções menores, os produtores ainda enfrentam dificuldades. Os cálculos mostram que a redução da tarifa para a soja, por exemplo, diminui o custo da tributação de US$ 445,83 para US$ 351,26 por hectare, mas os custos continuam altos. A margem bruta melhora para US$ 89,43, contra os negativos de US$ 51,44 de antes. Para o milho, a margem do produtor seria de US$ 112,44 por hectare após a redução das retenções.


Para os produtores que arrendam terras, as margens continuam negativas mesmo com as retenções reduzidas. Segundo produtor rural e comerciante argentino, a redução das 'retenciones' já é um bom sinal para o setor, mas os benefícios reais só serão alcançados quando as retenções forem zero para todos os níveis de produção.


 

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