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Biodiesel em Alta e Aumento do Consumo da Soja no Brasil

Como a nova demanda pelo B15 redesenha o mercado da soja no Brasil.


Fontes: Abiave e StoneX, com Noticias Agricolas
Fontes: Abiave e StoneX, com Noticias Agricolas

Já apontado por nós, no relatório do USDA de junho corrente, as recentes projeções indicam mudanças significativas na dinâmica do mercado de biocombustíveis e derivados da soja. Com a mistura obrigatória de biodiesel, passando para B15, a partir de agosto de 2025, o consumo interno de óleo de soja dispara, pressionando os preços e alterando a competitividade brasileira no mercado global.

1. Matriz de Consumo e Exportação – Visão Geral


O gráfico abaixo mostra os volumes absolutos dos principais fluxos de soja e seus derivados no Brasil para 2025:

  • Processamento total de soja: 58,1 milhões t

  • Produção total de óleo de soja: 11,65 milhões t

  • Consumo de óleo para biodiesel: 7,9 milhões t

  • Consumo de óleo refinado de soja: ~2,3 milhões t

  • Exportações de óleo degomado: 1,35 milhões t

  • Exportações de sebo bovino: 290 mil t


Fontes: Abiave e StoneX, com Noticias Agricolas
Fontes: Abiave e StoneX, com Noticias Agricolas

O gráfico horizontal acima mostra como o mercado interno absorve mais de 85% da produção de óleo de soja, com destaque para o biodiesel.


2. Crescimento e Pressões: O Que Está Acelerando


A demanda por biodiesel deve crescer 8,9% em 2025, enquanto o consumo de óleo de soja para esse fim sobe 10,3%. Já o óleo refinado, voltado à indústria alimentícia, cresce de forma mais modesta, cerca de 3,5% estimado. Em contrapartida, as exportações de óleo degomado caem 3,6%, sinalizando uma priorização do consumo interno.


📌 Destaque: As exportações de sebo bovino — alternativa parcial ao óleo de soja — disparam 84%, chegando a 290 mil toneladas.


3. USDA não acompanha o ritmo: estoques mantidos, realidade alterada


Apesar da forte revisão nas projeções internas, o USDA manteve os estoques finais de soja do Brasil inalterados. Essa divergência entre os dados locais e internacionais pode gerar distorções na precificação global, afetando a leitura de risco e a tomada de decisão por parte de traders e exportadores. O Brasil vive uma realidade de consumo acelerado, que ainda não foi captada pelos modelos externos., mas, certamente já afetaram os prêmios locais.


4. Competitividade em Xeque: Prêmios e Paridade Descolados


Com o consumo interno aquecido, o Brasil perde competitividade no mercado externo. Isso gera um descolamento entre os prêmios de exportação e a paridade interna, dificultando negociações e pressionando margens. Enquanto os contratos futuros indicam prêmios mais baixos, as negociações locais revelam uma realidade distinta, com forte pressão de demanda e restrição de oferta.


5. Óleo Refinado vs. Biodiesel: A Disputa Silenciosa


O óleo refinado de soja, essencial para o setor alimentício, compete diretamente com o biodiesel como insumo. Com mais de 85% da matriz de insumos do biodiesel composta por óleo de soja, os preços desse derivado já apresentam tendência de sustentação, com risco de escassez no segundo semestre.


6. Estratégia para o Setor: Gestão e Agilidade


Para esse cenário, produtores, esmagadores e exportadores devem reforçar a gestão estratégica de estoques e contratos. A volatilidade entre o mercado físico e futuro exigirá leituras precisas dos sinais locais, especialmente neste ambiente, onde o consumo interno pode superar as expectativas e alterar a lógica tradicional de exportação.


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