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USDA ignora impacto do biodiesel e estoques enxutos da China.

Relatório de julho do USDA ajusta os estoques de milho e soja, mas ignora variáveis decisivas como o B15 no Brasil e o enxugamento estratégico da China.
Fonte: USDA - Wasde
Fonte: USDA - Wasde

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta sexta-feira (11) seu novo boletim mensal de oferta e demanda, trazendo ajustes relevantes nos números da safra 2025/26. O destaque ficou por conta da redução nos estoques finais de milho e do aumento nos estoques de soja, enquanto os dados do trigo também foram revisados para baixo.


Soja: Indicadores da Safra 2025/26



Soja EUA - Safra 2024/25

  • Produção: reduziu para 117,98 milhões de toneladas.

  • Estoques finais: teve leve aumento para 8,44 milhões de toneladas.

  • Exportações: com redução para 47,49 milhões de toneladas.

  • Esmagamento de soja: teve um leve aumento para 69,13 milhões de toneladas.

  • Área plantada: permaneceu em 33,79 milhões de hectares.

  • Área colhida: com leve ajuste para 33,39 milhões de hectares.


América do Sul

  • Brasil:

    • Produção: mantida em 175 milhões de toneladas.

    • Exportações: mantida em 112 milhões de toneladas.

    • Estoques finais: aumentou para 36,96 milhões de toneladas.

  • Argentina:

    • Produção: mantida em 48,50 milhões de toneladas.

    • Exportações: leve aumento para 24,95 milhões de toneladas.

    • Estoques finais: leve aumento para 5 milhões de toneladas.


China

  • Produção: mantida em 21 milhões de toneladas.

  • Importações: mantidas em 112 milhões de toneladas.

  • Estoques finais: redução para 43,38 milhões de toneladas.


Mundo

  • Produção: um aumento para 427,68 milhões de toneladas.

  • Estoques finais: um aumento para 126,07 milhões de toneladas.


Milho: Indicadores da Safra 2025/26



Milho EUA - Safra 2024/25

  • Produção: reduziu para 398,93 milhões de toneladas.

  • Estoques finais: reduziu para 42,17 milhões de toneladas.

  • Exportações: permaneceu em 67,95 milhões de toneladas.

  • Esmagamento de milho: permaneceu em 139,71 milhões de toneladas.

  • Área plantada: leve ajuste para 38,53 milhões de hectares.

  • Área colhida: leve ajuste para 35,13 milhões de hectares.


América do Sul

  • Brasil:

    • Produção: mantida em 131 milhões de toneladas.

    • Exportações: mantida em 43 milhões de toneladas.

    • Estoques finais: mínimo aumento para 2,98 milhões de toneladas.

  • Argentina:

    • Produção: mantida em 50 milhões de toneladas.

    • Exportações: mantida em 36 milhões de toneladas.

    • Estoques finais: aumento para 3,59 milhões de toneladas.


Ucrânia

  • Produção: mantida em 30,50 milhões de toneladas.

  • Exportações: mantidas em 24 milhões de toneladas.

  • Estoques finais: mantidos em 0,60 milhões de toneladas.


China

  • Produção: mantida em 295 milhões de toneladas.

  • Importações: mantidas em 10 milhões de toneladas.

  • Estoques finais: mantidos em 179,16 milhões de toneladas.


Mundo

  • Produção: redução para 1.263,66 milhões de toneladas.

  • Estoques finais: reduzidos para 272,08 milhões de toneladas.


Embora o USDA projete estoques finais de milho da China em 179,16 milhões de toneladas, uma queda de 20 milhões em relação ao início do ano, analistas apontam que o país pode estar operando com estoques mais enxutos de forma intencional. No entanto, diante da demanda crescente, não está descartada uma retomada das importações para reequilibrar o balanço — o que poderia surpreender o mercado e pressionar os preços internacionais.


Nota Exclusiva - Divergência nos modelos do USDA


Apesar das projeções atualizadas para milho, soja e trigo, o relatório de julho do USDA não incorporou um fator relevante no mercado brasileiro: o aumento da mistura obrigatória de biodiesel para 15% (B15), válido a partir de agosto de 2025.


A nova política deve gerar demanda adicional de 1 bilhão de litros de biodiesel, o que representa cerca de 5 milhões de toneladas de soja a mais destinadas ao esmagamento.


Este dado poderia influenciar diretamente os:

  • Estoques finais da soja no Brasil

  • Projeções globais de óleo vegetal

  • Expectativas de exportação do grão brasileiro


A ausência desse ajuste nos modelos do USDA levanta dúvidas sobre a defasagem na leitura da demanda interna brasileira.

 
 
 

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